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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

VOCÊ COLABORA COM SEU TERREIRO?

VOCÊ COLABORA COM SEU TERREIRO?
Sem dinheiro não conseguimos nem pegar um ônibus, comer, vestir ou fazer parte de alguma atividade social que se auto mantenha a não ser que... Outros estão custeando nossa presença; o que é feito de fato quando um templo recebe a todos para um culto, louvação ou atividade mediúnica caritativa. Sempre há gastos e, se estamos sendo recebidos graciosamente e gratuitamente, alguém está custeando os gastos para realizar tal empreitada.
O bem mais precioso, que é a vida, nos foi concedido gratuitamente assim como a presença de Deus, são bens que não se compram, vende ou troca. Daí a máxima: “dar de graça o que de graça recebemos”.
Poe esta máxima se dá a ética: Não cobrar um único centavo pelo trabalho espiritual realizado nos templo, que são a Casa de Deus, em que se reconhece o poder de realização muito além de nosso querer, ego ou vaidade. Gratuitamente está ali a Graça Divina e o poder de ação de nossos Guias e Orixás.
No entanto, quem paga o aluguel, luz, água, produtos de limpeza, vela, defumação, bebidas, fumo e outros elementos ritualísticos além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um Templo?
O dirigente deve pagar tudo a fim de fazer valer sua condição de “beneficiário maior” ou este é seu “Carma”, o de manter e sustentar, sozinho, o trabalho que é realizado por um grupo de médiuns, uma comunidade?
Então os outros médiuns, todos os Templos vivos de Deus e sacerdotes deste templo individual, que se reúnem no coletivo (terreira), não têm a mesma responsabilidade que seu dirigente/sacerdote, guardando as proporções a que cada um foi chamado em sua missão?
Para um médium assumir, realmente, este compromisso mediúnico/sacerdotal deve ter na Umbanda, em sua mediunidade e missão espiritual, uma prioridade perante a vida, na qual não deve haver compromisso que seja que o libere de estar presente de forma consciente de suas responsabilidades, que não se limitam a “vir e vestir o branco”, além de se mostrar presente e disposto a ajudar deve se informar, também, de como colaborar financeiramente com o templo que o acolheu, tomando conhecimento do valor de uma mensalidade ou do quanto a casa necessita para suas despesas e realizações outras voltadas a comunidade.
Direitos e Deveres, obrigações e responsabilidades, também fazem parte de um trabalho espiritual. Se, de um lado, tudo recebemos do “espírito”, de Deus e suas Divindades e Entidades, por outro vivemos e nos movimentamos em um mundo real, no qual estamos em sociedade com suas regras e leis que devem se observadas, respeitadas e cumpridas. Quem pretende realizar um trabalho espiritual com os olhos vendados para esta realidade está fadado ao fracasso, pois deve haver um equilíbrio, como um “caminho do meio”, entre espírito e matéria, nem tanto a terra e nem tanto ao céu.
Pregar e viver o sagrado, fora da realidade material, em que vivemos, é tão perigoso e arriscado quanto pregar e viver um mundo sem a presença do sagrado, de Deus e seus mistérios. Pois ambas as opções podem alimentar, iludir, fanatizar e tornar a pessoa cega e fundamentalista. Não é difícil identificar médiuns acomodados, encostados e muito mal acostumados que em nada contribuem para as condições físicas, básicas e mínimas necessárias para se realizar um trabalho espiritual, com o mínimo de higiene, limpeza e dignidade. Muitos esquecem de que, se o espírito é sagrado o corpo que recebe o espírito também é sagrado, se o espírito tem origem divina o corpo também tem, pois a natureza é divina. Se o mundo espiritual é sagrado na realidade de terreiro o próprio terreiro em si, como a casa que recebe e aconselha o “Espírito”, a Deidade, também é sagrado. O chão do Templo é solo sagrado no qual “pisam” os Orixás e Guias Espirituais, as paredes são sagradas, tanto quanto o altar e a tronqueira, pois tudo compõem o todo que é a casa de fé, espaço mágico-mistíco-religiosa, no qual se manifesta o Mistério Maior por meio de seus adeptos; força, poder e mistério que está presente, também, em cada pedaço de pedra que compõe o Terreiro de Umbanda.
Nosso corpo material assim como, a estrutura física do terreiro é uma dádiva concedida como oportunidade de evolução para nosso espírito, logo, que se cuide e tenha o mesmo sentimento/respeito tanto pelo espírito/divindade quanto pelo corpo/templo, zelando por sua manutenção.
Aquele que não tem como prioridade participar efetivamente da sustentação material para sua realização espiritual, não é merecedor da mesma. Salvo raras exceções de médiuns em dificuldades, reais, de desemprego, diferente daqueles que, por não priorizar a “Sua Casa”, vivem dando desculpas de que “não tem recursos” ou estão “apertados este mês”; simplesmente por que têm outros gastos que vem antes de seu compromisso, com a casa que o acolheu. Se sobra um “dinheirinho” já está destinado a qualquer outra atividade, menos ao compromisso assumido. Alguns fazem todos os cursos de espiritualidade que vêem pela frente, se gabam de ser estudantes da espiritualidade, iniciados e preparados pelo astral em sua caminhada certa ao dia em que vão abrir sua própria casa, no entanto em nada colaboram com o principal, o templo ao qual dizem “fazer parte”.
Se quiser descobrir ou conferir basta observá-los na cantina, nos bares, restaurantes ou convidá-los para comer uma pizza e frustrar-se quando o mesmo se oferece para rachar a conta, mesmo “sem um tostão para a contribuição do terreiro”.
Assim sendo, antes que tudo acabe em pizza, explique à sua corrente mediúnica: Dar uma contribuição mensal para a manutenção de seus trabalhos espirituais e outras atividades realizadas pela casa (templo/terreiro) que o acolheu é o mínimo que se espera de quem assumiu este compromisso e o tem como prioridade na sua vida. Geralmente as colaborações individuais para a manutenção individual para a manutenção de um terreiro não passam do valor de uma ou duas pizzas...
Mas... E sempre tem um “mas”... para aqueles que sempre estão descontentes, reclamando de tudo, há uma opção deveras interessante e pela qual muitos “umbandistas descontentes” já fizeram. Trocar esta colaboração, esta mensalidade, por 10% do seu salário, apresentando seu holerite para o calculo do bom e justo “dízimo”, devidamente explicado no livro sagrado, na Bíblia (Gêneses 14, 18): Melquisedec, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abraão, dizendo: “Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e a terra! Bendito seja Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos”! E Abraão deu-lhe o dízimo de tudo...
TEXTO: ALEXANDRE CUMINO

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